Logística

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Redução de Custos

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Caso de sucesso - Bemol inaugura CD em Manaus



Separei essa publicação da TECNOLOGÍSTICA do período de inauguração do CD da Bemol. Conheça esse caso de sucesso que contou com a participação da INTERLOGIS no desenvolvimento do projeto.

Empresa varejista investe R$ 20 milhões e triplica capacidade

A Bemol, empresa varejista de produtos eletroeletrônicos e utilidades domésticas, com atuação na Região Norte, inaugurou um centro de distribuição em Manaus no dia 20 de agosto. O novo CD possui 15 mil m2 de área total, praticamente o triplo da capacidade volumétrica em relação ao armazém anterior, tem pé direito de 12,5 m e está localizado em um terreno com uma área total de 50 mil m2, tendo recebido investimentos tanto na estrutura física quanto do controle das mercadorias.

 “O CD antigo já havia passado por várias reformas e alterações de layout, não havendo mais condições de adequação”, explica Socorro Canton, gerente de Apoio e Supervisão da Bemol. “Suas dimensões já não eram suficientes para a quantidade de mercadoria movimentada, assim como seu layout requeria um grande esforço operacional, tornando as operações lentas e com gargalos”.
Segundo Salomão Benchimol, diretor de Operações da Bemol, o antigo CD tinha pouco mais de cinco mil m2 e apresentava problemas durante as operações pelo fato de ser formado por vários prédios que foram unidos, resultando em uma área com diversas alturas de pé direito. “Demorávamos em média de três horas a três horas e meia para descarregar uma carreta neste CD. Já fizemos testes na nova unidade e realizamos a mesma operação em 30 minutos”, afirma ele.

Foram criados cerca de 32.500 endereços de armazenagem, dos quais 24.432 são posições de estanteria, 7.848 posições-palete e 139 posições blocadas, com sistemas de armazenagem fornecidos pela Altamira. “Eles nos enviaram uma série de amostras, com os tipos de encaixes, o grau de resistência e o acabamento. Solicitamos ao IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) um teste de resistência do material e a Altamira foi a empresa que apresentou a melhor adequação”, completa Benchimol.

Parte do acondicionamento será ainda feito nas 96 posições de racks desenvolvidas pela Bertolini para armazenar mercadorias de grande volume e de difícil empilhamento, como estofados e bicicletas. Foi aproveitada também pela Bemol parte das soluções de armazenagem fornecidas pela empresa gaúcha já presentes no outro centro de distribuição e instaladas agora na área dos dois mezaninos do novo centro, um destinado para armazenagem de colchões e outro para artigos de presente, além de estantes para armazenagem dos CDs e DVDs. “Em uma loja, há em média 20 mil SKUs e, devido a esta diversidade de produtos, houve investimentos em soluções variadas para armazenagem”, explica Canton.


Para este novo CD, a previsão de movimentação é de mil itens por dia na expedição (entrega na casa do cliente) e de oito mil itens por dia para reabastecimento nas lojas. O novo centro conta com 29 docas para recebimento e expedição de aproximadamente 10 carretas por dia, com niveladoras hidráulicas e manuais fornecidas pela Saur e Marksell, respectivamente. Os equipamentos de movimentação para o novo CD foram fornecidos pela Yale e a frota está composta por duas novas empilhadeiras retráteis modelo MR-20H, com elevação de 9,47 m, e cinco paleteiras elétricas modelo MPC080E, também recém-adquiridas, além de quatro empilhadeiras a GLP já operantes no antigo CD.

Tecnologia

Utilizando o WMS da SAP, o gerenciamento do espaço é realizado por meio de um sistema de endereços fixos e aleatórios, customizado pela equipe interna de informática em uma parceria com a consultoria Logup. “Dividimos o CD por grupos. Algumas ruas foram definidas para móveis, outras para eletrônicos, e esta divisão é mais ou menos fixa”, afirma Canton. “Caso uma rua esteja ocupada, podemos avançar para uma outra que esteja desocupada, mas primeiramente seguimos a estratégia do endereçamento. Teremos um manuseio mais fácil, em corredores mais largos ou estreitos, de acordo com as dimensões do produto”, completa ela. O gerenciamento do centro inclui ainda uma área de picking, na qual parte dos produtos está armazenada nos níveis mais altos e parte nos níveis mais baixos para agilizar a expedição, sem a necessidade de utilizar os equipamentos de movimentação.

Os investimentos no novo CD incluíram ainda a instalação de um sistema de identificação por código de barras. Foram comprados 30 coletores de dados e instalados 28 access points, todos fornecidos pela Intermec. “Agora, os produtos são identificados na entrada por código de barras, assim como os paletes, e o sistema direciona cada item para um endereço, de acordo com a estratégia traçada pela Bemol. Caso o produto seja direcionado para um endereço incorreto, o sistema acusará o erro”, afirma Canton. Anteriormente, a empresa não contava com a confirmação de endereços e utilizavam-se documentos impressos para o controle das mercadorias.

O projeto foi definido com a participação da Interlogis, empresa especializada na prestação de serviços de projeto, planejamento, operações logísticas e desenvolvimento de embalagens de transporte. De acordo com seu diretor, Fernando Sobral, a consultoria participou da escolha do local, da decisão pelo tamanho adequado, dos tipos de equipamentos, da busca de fornecedores e do desenho da operação com a utilização do sistema WMS. Os investimentos totais nas novas instalações foram da ordem de R$ 20 milhões, dos quais R$ 9 milhões foram financiados pelo BNDES/Bradesco.

quarta-feira, 1 de julho de 2015

A importância do Home Center para a logística da construção civil e a importância da logística para a operação dos Home Center.



Os Setores de Construção Civil e a Agricultura detentores do título dos maiores contratadores de mão de obra devem cada vez mais trilhar o caminho da industrialização e da automação dos seus processos. Isto porque o desenvolvimento das formas de trabalho associado ao avanço dos sistemas computacionais tem possibilitado e facilitado à automação, gerando certo deslocamento do perfil da mão de obra.

A automação do trabalho de uma forma geral é contida somente por barreiras econômicas. Enquanto o maior benefício for contratar mão de obra esse avanço será lento. Com a mão de obra tornando se mais culta e crescendo seu cabedal técnico o passo seguinte será a automação do processo é a padronização na construção e na produção dos componentes. Vale aqui a regra do Henry Ford, “Você pode escolher qualquer cor do carro, com tanto que seja preto”. Ou seja, produção seriada, padronizada e em escala. 



Na foto, pode-se ter ideia de padronização da construção, no Japão, onde os módulos básicos são sobrepostos. Fica a ressalva que apesar do processo da construção no Japão ser bastante industrializado, também se verifica a atividade artesanal na construção civil.

Enquanto a automação, convive com processos artesanais, no Brasil, a Construção deve buscar a Movimentação de Materiais de Forma Mecanizada. Isto representa a utilização cada vez maior de gruas, guindaste e empilhadeiras. Da mesma forma que a automação demanda uma maior padronização, a mecanização demanda o desenvolvimento do conceito de unitização de carga. 

Considera-se unitização de carga o acondicionamento de produtos em embalagem, como saco, caixa ou caixote. A junção destas embalagens em paletes ou contentores, tanto rígido como flexíveis, ou lingados, que utilizam cintas de poliéster e a conteinerização, em contêineres aeronáuticos (IATA) ou marítimos (IMO) também é unitização de carga. 
Essa carga unitizada, por sempre representar um maior volume deve ser movimentada por equipamentos mecânicos. Esse é o patamar da maioria das empresas do setor. As empresas de construção, que por motivo de escala ou econômicos que não conseguem operar com os equipamentos de movimentação, utilizam mão de obra intensiva, buscando a eficiência e a eficácia, para conseguir produtividade. 

A ênfase que pode ser dado neste modelo de operação é o da ergonomia. Na produção industrial os princípios da ergonomia estão sendo mais aplicados do que na construção civil.Um estudo realizado por DÍAZ MERINO, (Universidade Federal de Santa Catarina) permitiu verificar que existe uma série de efeitos tanto agudos quanto crônicos, provocados pelo levantamento e transporte manual de cargas. Foi possível verificar, através do exame médico, realizado no estudo de caso, que 67,8% dos trabalhadores avaliados apresentam problemas crônicos, com deformações da coluna, e que 71,4% destes apresentaram problemas agudos, com dores ou desconfortos na região lombar. 

O comportamento de diversos governos, incluindo o Brasil, sobre qual deve ser o peso que deve ser manuseado em atividade de trabalho, foi discutido. Neste ponto, encontra-se uma série de divergências quanto aos limites. No Brasil, assim como na maioria dos países, existe uma carência de leis e normas rígidas, que regulamentem este tipo de atividade. 

Não existem especificações nem detalhes precisos, quanto aos pesos e limitações que devem ser respeitados. Também faltam regulamentações, quanto a doenças ocupacionais provocadas por estas atividades, sobretudo, no caso de lesões na região lombar, especificamente na coluna vertebral. O quadro superior apresenta um critério para avaliação das unidades de carga com movimentação manual.

A algum tempo, houveram iniciativas para redução do peso dos sacos de cimento para 25 kg. Infelizmente a proposta não decolou. Ficaram mantidos os sacos de 60 kg, peso este provavelmente oriundo das sacas do café do período colonial onde a mão de obra escrava movimentava a mercadoria nos portos brasileiros, principalmente no porto de Santos. 

Apesar do avanço das forças produtivas, ainda hoje, estamos vivendo um momento de desenvolvimento que combina os processos automatizados, mecanizados e com a de mão de obra intensiva. Cada um dos setores da construção civil devem mesmo buscar a melhor adequação do seu nicho de mercado, que por vezes ainda é a produção de forma artesanal.  

Se for verificada a vantagem da mão de obra intensiva, ou o trabalho artesanal, então a ergonomia deverá ser avaliada de forma técnica e competente, pois a busca da produtividade jamais deverá acontecer com o sacrifício do trabalhador.


segunda-feira, 29 de junho de 2015

Como avaliar e resolver problemas na cadeia produtiva da Construção Civil.

Fernando Sobral
Muitas construtoras não vão além do básico da logística por não saber como e quais são os passos que devem ser seguidos. E a questão que fica é o como estabelecer um procedimento de fácil aplicação para: avaliação da situação logística atual e a correção dos possíveis entraves ou gargalos existentes no canteiro de obra.
Os entraves ou gargalos da logística na construção civil podem estar associados aos níveis de estoque, ao meio de transporte, ao processo de movimentação, a armazenagem, ao acondicionamento de cargas, ou ao gerenciamento do sistema de informação. Por causa destes entraves não é possível a colocação dos componentes certos, no local certo, na quantidade certa em perfeitas condições de utilização no canteiro de obra.
Um método para aperfeiçoar a operação logística na construção civil deve consistir na avaliação de cada um destes elementos e em uma proposta para a resolução do problema.
Pode-se considerar que os princípios da logística na construção civil buscam solucionar totalmente a demanda de materiais do canteiro de obra, assegurando que todos os produtos e serviços funcionem bem e funcionem juntos de forma combinada ou integrada. Logicamente é fundamental não desperdiçar o tempo da mão de obra ou de equipamentos alocados na obra por falta de insumos.
Outro ponto importe é o de ofertar exatamente aquilo que é demanda da obra, ou seja, o produto certo. Porém não só ofertar aquilo que é demanda, mas ofertar o que é demanda da obra exatamente onde será aplicado. E o pulo do gato é de ofertar exatamente quando será aplicada. De tal forma devem-se agregar continuamente soluções para reduzir tempo e aborrecimentos no canteiro de obras.
No Brasil o conceito de logística ainda é relativamente recente. Podemos considerar que na distribuição física sua implementação se deu com a chegada das redes de supermercado americanas e europeias na abertura econômica no início dos anos 90. A logística de suprimento chegou pelas montadoras que buscavam reduzir seus estoques ou mesmo implantar o modelo Japonês de Just in time.
A logística da construção civil poderia ser considerada a logística de processos. O desenvolvimento tecnológico da construção civil no Brasil se deu de certa forma autônoma. Isto tornou o desenvolvimento da logística assim como o marketing no setor de certa forma tardia, e ela aconteceu se referenciando nas outras duas.
O atraso dos estudos do mercado se deu por um lado, por causa da intervenção dos arquitetos modernistas influenciados pela construção de Brasília. Os quais tentaram impor um modelo de construção aos usuários desvinculados dos seus desejos. Por outro lado não contemplava as necessidades dos parceiros da cadeia de suprimento, desconhecendo marketing aplicado a gestão da cadeia de suprimento ou o nível de serviço na cadeia produtiva da construção civil.
Mas, como avaliar e identificar problemas na cadeia produtiva e verificar o patamar logístico no processo de construção civil. Vários aspectos devem ser considerados e podemos começar com a determinação de estoque. Uma técnica recomendada é obedecer aos seguintes passos:
§  Levantamento dos Itens de estoque
§  Seleção dos critérios de avaliação
§  Coleta dos dados necessários para as alternativas em relação aos critérios
§  Determinação dos números de categorias
§  Determinação do método multi critério
§  Classificação do artigo em grupos
§  Execução de ajustes necessários de acordo com algumas outras considerações
Esse procedimento visa buscar um estoque menor, porém sem que faltem insumos na construção.
Além dos estoques uma prioridade no canteiro de obra é o Sistema de Movimentação e Armazenagem dos Materiais, sendo que um processo metodológico de avaliação de equipamentos mecânicos deve ser utilizado. A viabilidade seria determinada pelo montante de recursos investidos versus o custo operacional do sistema, que apesar de ser uma análise obvia a ausência de um método tem inibido estudos em muitas empresas do setor.
No tocante a transporte um sistema metodológico de avaliação de desempenho deve considerar que ainda existe um nicho de desenvolvimento das caçambas dos veículos associados aos sistemas de unitização de cargas e de transbordo no setor da construção civil. Que somado aos desperdícios relativos a programação de rotas e tempo de entrega tem gerado acréscimos de custos no preço final da obra.
Um check list para a avaliação da integração dos sistemas de informação entre o canteiro de obra e fornecedores de insumos deve considerar a implementação de EDI (exchange data information) ou troca eletrônica de dados e do VMI (Vendor Managed Inventory) ou Estoque Gerenciado pelo Fornecedor quando os fornecedores de insumo em parceria com a obra, repõe de forma contínua o estoque do canteiro, baseado em informações eletrônicas recebidas.
Finalmente, um último item que não pode ser deixado de lado é a parte do acondicionamento dos insumos, pois ele irá contribuir muito para a redução dos desperdícios. Uma metodologia de avaliação deve começar pelas embalagens e também verificar a possibilidade de unitização das cargas, tanto de forma paletizada com das conteinerizadas.

Estoques, níveis de serviços, sistema de informação, acondicionamento, transportes, movimentação e armazenagem são os componentes da logística, e sua integração buscando a redução de custos deve ser o objetivo das empresas. Um método que contemple essa avaliação é de fundamental importância para o setor que busca um diferencial de competitividade.