Logística

Logística
Redução de Custos

sexta-feira, 31 de julho de 2015

Treze dicas para redução dos custos


Treze dicas para redução dos custos com embalagens no processo de movimentação, armazenagem e transporte de materiais

O projeto dimensional da embalagem começa com o dimensionamento geométrico: forma e dimensões. Este projeto depende, é claro, de um lado, da análise dimensional do produto embalado, que, como vimos, não é trivial. Envolve, quase sempre, uma preocupação com a minimização das dimensões, associada a uma minimização de custos de embalagem e logística (espaços físicos). 

Por outro lado, as restrições dimensionais desse espaço, no transporte, movimentação e armazenamento, vinculados às padronizações de unidades de carga, que já abordamos. 

Então, temos duas referências para o dimensionamento: a interna e a externa.

No caso mais simples, dadas as dimensões do produto determina-se, através de um critério de folgas necessárias, as dimensões da embalagem. A folga pode ter a ver com a necessidade de inserir as mãos para a retirada do produto da embalagem, ou de manter o produto afastado das paredes da embalagem como forma de proteção contra impactos localizados. 

Sistemas de calços ou acolchoamentos, para a proteção do produto contra choques e vibrações, devem ser dimensionados (como veremos adiante) de forma que afeta o dimensionamento da embalagem. 

Vimos, ao tratar das dimensões do produto, o caso das batatas fritas padronizadas. Pode-se, também, compactar determinados produtos, como toalhas de banho, para que caibam em embalagens de menor tamanho. Produtos têxteis podem ser dobrados de forma a se obter uma otimização do espaço ocupado ou uma compatibilização com o referencial externo, normalmente o palete.

Padronização interna da embalagem

Num caso mais complexo, tem-se uma embalagem para mais de um produto. Isso ocorre quando há necessidade de padronização. Se uma empresa tem cem produtos diferentes, naturalmente não poderá ter cem embalagens diferentes, pois perderia toda economia de escala, seja na aquisição das embalagens, seja na operação, controle de estoques, automação, etc.. Certamente, se uma embalagem deve servir para mais de um produto, alguns ficarão com espaço sobrando, enquanto poucos caberão mais justamente. 

O problema geral é o de minimizar a quantidade de embalagens para todos os produtos, minimizando também as folgas inevitáveis. Não temos, ainda, uma solução matemática, determinística, desse problema, apesar de o mesmo ter já sido apresentado a diversos estudantes e professores de computação e matemática. Talvez por termos uma solução heurística que já se mostrou satisfatória.

A solução heurística envolve primeiro, a criação de embalagens ideais para cada produto. É possível, mesmo, que determinado produto tenha mais de uma embalagem adequada, com a variação de posições ou arranjos, por exemplo. Assim, para os meus cem produtos originais, posso ter 130 ou 140 embalagens ideais. 

O passo seguinte, é o de alinhar todas as embalagens por ordem de altura, de forma que possa introduzir pontos de cesura, separando diferentes grupos: o grupo das caixas mais altas, das menos altas, das médias, das menos baixas e das mais baixas.

Texto: Ernesto Pichler

Segue então Treze Dicas para redução de perdas em embalagem

Dica 01 - Perda de Espaço: Alguns arranjos podem ter muitos “vazios” entre as suas unidades. Além da perda de espaço, o peso é distribuído desigualmente, possibilitando o desmoronamento das pilhas.

Dica 02 - Compacidade: As várias unidades de um arranjo devem “se casar”, para que haja o necessário entrelaçamento do conjunto.

Dica 03 - Tamanho das Embalagens: Para utilizar paletes padronizados, as empresas devem adaptar a eles suas embalagens. É antieconômico manter paletes de vários tipos e dimensões em um só sistema. No que se refere ao eventual reestudo das embalagens, há algumas recomendações importantes, com relação às caixas de papelão mais comumente empregadas.

Dica 04 - Resistência: As embalagens devem ser suficientemente fortes para aguentarem o empilhamento, suportando o peso de sobreposição da carga paletizada.

Dica 05 - Peso: Uma caixa de papelão carregada com 15 kg, é considerada “ótima”. Pesos maiores de 25 kg não são recomendáveis, pois tornam difícil a manipulação individual, quando da colocação das caixas sobre os paletes.

Dica 06 - Cubagem: Caixas muito grandes ou muito pequenas aumentam o custo do manuseio. A cubagem ideal para a carga ser paletizada é de 28 l, aproximadamente.

Dica 07- Altura: Para melhor estabilidade, a altura da embalagem não deve ultrapassar as medidas de comprimento e largura. Recomenda-se que não seja superior a 350 mm e 1.800 mm, respectivamente, para cada unidade e carregamento total.

Dica 08 - Embalagem em forma de cubo, pois dificulta a arrumação sobre o palete, bem como seu empilhamento com segurança; Embalagens muito fracas que não permitem o empilhamento.

Dica 09 - Embalagens muito pesadas que são movimentadas ou ser deslocados manualmente. 

Dica 10 -  Superlotar a embalagem pois suas superfícies laterais ficarão abauladas, dificultando o empilhamento.

Dica 11 – Evitar volumes com formas não usuais como os cônicos, cilíndricos, hexagonais, etc., pois são difíceis de ser paletizados e desperdiçam espaço.

Dica 12 – Identificar as embalagens em suas diferentes faces, pois poupa tempo na operação. As embalagens mal identificadas um volume poderá ser paletizado duas ou três vezes, dependendo do tipo de operação.

Dica 13 Procurar utilizar embalagens ou contentores que possam ser movimentados mecanicamente, preferencialmente sem necessidade do palete.

Vejam o estudo de caso de como se deu a redução de custo logístico na prática:




domingo, 26 de julho de 2015

SISTEMAS CONSTRUTIVOS HABITACIONAIS E LOGÍSTICA


Navegava na internet e uma notícia me chamou atenção: - “Construtora vende casa de plástico reforçado”.
O artigo tratava da Casa Prática que é uma espécie de Lego que fica pronta em cerca de dez dias, custa R$ 20 mil, ou seja, menos do que um carro popular e pode ser financiada pelo SFH (Sistema Financeiro de Habitação). A estrutura da casa é feita de aço.
Ao todo, no País, já existem 30 casas. No Rio Grande do Sul existem várias com área média de 42m2, no Rio de Janeiro existem duas de 63m2, e em São Paulo três casas de 36m2. Todas elas construídas a partir da tecnologia Wall System desenvolvida no Brasil com apoio do IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas e da UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais.
Os painéis de Wall System são formados por uma estrutura tipo sanduíche de lâminas em plástico reforçado com fibra de vidro e núcleo com materiais que proporcionam isolamento térmico, acústico, resistência mecânica (impacto e tração) e resistência ao fogo.
O artigo apontava as vantagens da Casa Prática em relação aos sistemas construtivos tradicionais. Havia vantagem em relação ao conforto térmico e acústico; à durabilidade e facilidade de limpeza; à flexibilidade e modularidade da construção; e finalmente à velocidade de montagem.  Particularmente a velocidade de montagem que gera retorno rápido de investimento. E o retorno rápido do investimento é o ponto.
Assim como os programas de redução da fome os programas habitacionais se dão em um contexto comum, ou seja, no contexto logístico. Os custos habitacionais são multiplicados por causa da liquidez. O tempo relativo à capitalização, construção e venda gera custos financeiros proibitivos numa economia com uma taxa de juro extorsiva como a brasileira.
Quer um exemplo. A pouco tempo atrás, surgiu uma oferta para aquisição de um apartamento com um valor 20% abaixo do mercado. Dizia o corretor, compre essa casa por R$ 80, 000,00, que consigo comprador por R$ 100.000,00. Mesmo considerando a corretagem em 6%, imaginei que com uma taxa de juros de 25% ao ano, se a venda for realizada no primeiro mês é um grande negócio. Mas se demorar mais de seis meses para a liquidez o negócio estará beirando o prejuízo, pois o rendimento financeiro seria maior que o ganho.
Da onde se pode concluir que todo o esforço na redução do custo habitacional relativo à técnica dificilmente irá compensar o esforço relativo à velocidade da construção. Considerar que TEMPO É DINHEIRO, é a grande verdade.
Portanto a grande solução técnica construtiva da Casa Prática está realmente na velocidade, porém não somente na montagem da habitação e sim associada a uma estratégia logística, através de uma melhor Gestão da Cadeia de Suprimento.
Utilizando o mesmo exemplo do artigo, que compara os custos habitacionais com o do mercado automotivo. O grande esforço das montadoras nos dias de hoje está na gestão da cadeia de suprimento, buscando técnicas de “Just in Time”, “Milk Run”, redução de desperdício e, principalmente, administração dos estoques na logística in bound (de suprimento), de processos produtivos, e out bound (distribuição).
Sim, a redução de custos habitacionais envolve a técnica construtiva, mas também envolve processos.
De acordo com o artigo, os únicos pontos negativos deste novo tipo de construção são a necessidade de treinamento das equipes de montagem e a construção de um lote mínimo para tornar o investimento viável. “Para sermos competitivos, a venda mínima para um determinado local necessita ser de 20 unidades ou 800 m2 de área construída”.
Nesse ponto surge novamente a questão logística relativa à escala. A escala que irá possibilitar a otimização dos recursos produtivos relativos  ao transporte, movimentação, armazenagem e acondicionamento.
No Brasil existe um déficit habitacional se for considerado que uma grande parcela da população gostaria de ter sua casa própria. Porém, se a investigação for junto a um proprietário de imóvel procurando um inquilino ou um comprador verifica-se uma oferta maior que a procura pressionando os valores dos imóveis e dos aluguéis abaixo da capitalização do valor do imóvel.

Da onde se conclui que existe sim uma grande oferta de imóveis, porém a preços não acessíveis a maioria dos brasileiros e a solução passa pelo desenvolvimento tecnológico dos sistemas construtivos associado a logística e ao gerenciamento da cadeia de suprimentos.